sexta-feira, outubro 12, 2007

Minhas últimas palavras

Todo mundo tem dias ruins e dias bons. Às vezes mais dias ruins do que bons, às vezes o contrário. É tudo uma questão de costume, a vida passa e agente se acostuma, mas quando os momentos bons ficam cada vez mais escassos e o cotidiano passa a ficar cada vez mais difícil agente se pergunta: o que é que eu estou fazendo aqui? Agente chora, grita, mas tudo passa. É a vida.
Hoje eu acordei feliz. Apesar de todos os problemas; dinheiro, notas ruins na faculdade, brigas com a família. Hoje eu realmente acordei feliz. Até cantei no banheiro enquanto tomava o meu gelado banho matinal. Fui fazer um reparo em um acessório do meu carro novo, liguei para a minha namorada e após o concerto do carro, fui encontra lá.
Passando pela rua, vi como agente as vezes é egoísta. Tanta gente dormindo pela rua, tanta gente passando fome, tanta gente doente sem esperanças de cura. O meu problema era tão mais confortável pra quem estava lá fora. Porque chorar todo mundo chora, mas dentro de um carro com ar condicionado fica muito mais fácil. Ah! Mas dor não se mede e cada um sabe aonde a coisa aperta (agora não recordo se o ditado é mesmo esse). Vejo-me tão insatisfeito em um momento em que minha vida parece estar tudo dando certo. Ok! Eu sou um egoísta, e digo mais, sou um fraco. Ao encontrar minha namorada, o dia passou rápido e começou a demorar de passar no momento em que começamos a dar alma ao nosso ciúme, mutuo e cansativo.
Eu amo minha família, amo meus amigos, amo minha namorada, mas não me amo o suficiente para compreender o que se passa comigo. Se eu fosse religioso, talvez acreditasse que estava passando por uma provação, mas nem isso eu sou.
Me prendo em lamentos e angustia de não ter tudo o que quero, eu sou um egoísta.
Poderia terminar essa carta dizendo: adeus mundo cruel. Mas prefiro que ela termine com um simples: Perdão mundo, eu não soube amar você como deveria.

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